domingo, 7 de fevereiro de 2010

O povoado pré-histórico "Penedo de Cortegaça"

A ocupação humana de Coutinho Afonso remontará aos tempos do Paleolítico, como é registado na estação arqueológica da "Casa Caída" - ver post neste blogue de Junho de 2009.


Mas o mais conhecido testemunho da ocupação humana na nossa área data do Neolítico, com o povoado pré-histórico designado "Penedo de Cortegaça", situada na fronteira das duas freguesias (Pero Pinheiro e Algueirão-Mem Martins) e ocupando áreas de ambas.

Essa estação foi objecto de várias intervenções arqueológicas, sendo referenciada em algumas publicações:


  • GOMES, J. J. F. (1971) - Objectos manufacturados sobre osso do povoado pré-histórico do Penedo (Cortegaça-Sintra). In Actas do II Congresso Nacional de Arqueologia, Coimbra: Junta Nacional da Educação

  • SIMÕES, T. (1996) - O Sítio arqueológico de São Pedro de Canaferim (Sintra): Contributos para o estudo da Neolitização da Península Ibérica

  • SOUSA, Ana Catarina (1996) - O Neolítico final e o Calcolítico na área da Ribeira de Cheleiros (dissertação de Mestrado em Pré-história e Arqueologia)

  • Os dois últimos trabalhos referidos foram encontrados em - www.ipa.min-cultura.pt/pubs/TA/folder/11/


    Do segundo trabalho (Teresa Simões) extraímos a "Ficha de Sítio" e imagens de espólio aí encontrado:

    Do trabalho de Ana Catarina Sousa, efectuamos um pequeno resumo:

    Esta autora diz-nos que o Penedo de Cortegaça foi um pequeno povoado ocupado desde o Neolítico (5.000 a.C. a 2.000 a.C.) até ao Calcolítico (3.100 a 2.000 a. C.), fazendo parte de um núcleo de sítios, do qual o mais próximo era o Alto do Montijo (Morelena), mas que incluiria vários outros no que designa de área da Ribeira de Cheleiros; os principais seriam o Penedo de Lexim e Oulelas (Sabugo).

    O Penedo de Cortegaça era um povoado aberto, não fortificado, mas situado em cumeada, com condições de defensabilidade (a cerca de 200 metros de altitude); situava-se junto a terrenos com grande aptidão agrícola (a várzea da Granja), e os seus habitantes praticariam a pastorícia, o que será testemunhado por vestígios de queijeiras.

    Este povoado estaria ainda relacionado com necrópoles funerárias contemporâneas, nomeadamente a muito próxima e já destruída Folha de Barradas, na Granja do Marquês.

    Alguns excertos do seu livro:




    As duas últimas fotografias e as suas legendas são bem elucidativas das nossas (de todos, se bem que uns com mais responsabilidades do que outros - referimo-nos aos poderes políticos, claro) preocupações com o Património!
    Do crime ambiental que foi (e continua a ser) a pedreira falaremos mais tarde.

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