quarta-feira, 10 de setembro de 2008

O PAIOL DE PÓLVORA DA BARROSA

A destruição do património arquitectónico menos "monumental" da nossa freguesia continua a ser uma constante.

Se em relação a alguns dos edifícios/construções "mais nobres" se regista certa preocupação (só mesmo "preocupação"?), no que se refere aos outros elementos do nosso património construído, nem sequer comentários existem.

Por parte da(s) Junta(s) de Freguesia, a única excepção a essa triste realidade será o "Projecto Arquitectura Popular da Água" , no âmbito do qual foram recuperadas 4 fontes situadas em várias localidades da freguesia, entre as quais Coutinho Afonso (de que falaremos um desses dias).

Mas é pouco, é muito pouco!

O património construído é muito mais do que fontes; como estão, o que foi feito, o que está projectado para os (restos) dos nossos moinhos, das edificações e equipamentos das antigas pedreiras, dos lavadouros (veja-se o que fizeram à de Coutinho Afonso em 1987 - ver texto "A face escura da freguesia" noutro local deste blogue), das eiras, dos fornos de cal...

Agora foi a vez do (certamente único na freguesia) paiol de pólvora da Barrosa. Edificação pelo menos centenária, destinava-se originalmente a armazenar em segurança pólvora para venda nos estabelecimentos da empresa José Lopes Miranda e Herdeiros. Com o passar dos tempos terá tido outros usos, entre os quais o de abrigo de pessoas menos favorecidas.

Pois, em pleno século XXI (sim em plena época dos computadores, telemóveis, fortunas fáceis...), o paiol não resistiu aos tipos da AENOR, a quem incomodava no seu afã da construção da A16. Já para não falar em alterações ao projecto da estrada do progresso, fazendo, talvez, um ligeiro desvio, no século XXI usam-se outras formas de conservação do património - por exemplo a sua desmontagem e reconstrução noutro local (talvez mesmo a praça da portagem, um pouco mais abaixo).
Imagem do conjunto do paiol

Edifício posterior - vista de frente

Edifício posterior - interior (cobertura)

Imagem da edificação frontal - vista de frente

Edificação frontal - vista posterior

1 comentário:

Anónimo disse...

encontrei o seu blogue por acaso, e posso dizer-lhe que gostei porque moro nos Pexiligais e a minha familia mora desde que nasceu nos pexiligais e fiquei deveras admirada saber que existia ou existe na Barrosa casas para guardar a polvora. è pena que CMS não olhe por estas zonas e as conserve, saiba também que existe uma fonte centenária em Pexiligais á qual ninguém liga.